domingo, 19 de setembro de 2010

Sair de casa

Quando me perguntaram na entrevista do mestrado se eu estava preparada para toda a mudança que aconteceria em minha vida, minha resposta foi bem certa e segura - 'sim, eu já estava preparada desde antes da graduação'.
E lógico: a verdade estava bem longe disso. Uma coisa é estar disposta, outra completamente diferente é estar preparada.
Nesse caso disposição não faltou. Um mês de estudar de verdade - como eu nunca havia precisado durante a graduação. Depois de praticamente devorar um daqueles livros que a maioria dos graduandos não pretende ver de novo tão cedo, o resultado foi positivo. E após ler meu nome na lista dos aprovados algumas muitas vezes para ter certeza, senti uma das melhores sensações de toda minha vida. Mais uma conquista, suada, merecida.
Enquanto tudo isso acontecia, eu saía pela primeira vez de casa. Saí para ficar longe dos meus pais, do namorado, dos amigos. Saí para uma cidade praticamente desconhecida, para morar com pessoas que eu havia visto apenas uma vez e com total dependência financeira.
Não é fácil. Não é nada fácil sentir-se perdido, ansioso, triste. E sem ter a mínima noção de como será sua vida após o dia de uma prova.
Hoje a situação é outra. E bem diferente. Minha casa tem metade das moradoras que a que eu fiquei quando cheguei, a dependência financeira é coisa do passado e os episódios de angústia e tristeza diminuíram drasticamente. A saudade hoje não dói, não machuca. Mas quando incomoda um pouco, tenho, além dos meus amores que continuam longe, pessoas aqui que sei que posso contar.
As preocupações mudam. Compra da semana, as contas, esquecer as roupas de molho, faço as unhas ou o almoço de amanhã?, poupança, carne vermelha ou peixe. Com essas eu até me divirto. E tem também as dos mestrado. Mas essas não consigo nem chamar de preocupações. É amor, né?!

Acho que após o último fim de semana, com muita amizade, parceria e diversão, eu realmente saí de casa.
É claro que eu volto, mas agora volto para visitar a casa dos meus pais.






Aliás, cá estou. Em mais uma dessas deliciosas visitas que faço por CGcity. (:

3 comentários:

Flávia disse...

Se já leu o post do dia 11, não deve ter visitado a Lí de surpresa no sábado a noite. Rsrs

Acho que para mudanças tão intensas, como sair de casa, casar, ter filhos, não existe preparação. Por mais que a gente se prepare para esse momento, só vivenciando de fato é que sentiremos seu sabor.

E na correria do novo, novos conhecimentos, desafios diáris - como a "simples" administração do tempo como citou a Mí), desafios mais longos (como o crescimento profissional), as novas amizades, os novos interesses, as novas aptidões (eu cozinhando kkk).. percebo que as vezes paramos para observar tudo isso e então apreciamos esses momentos, percebemos o quanto já mudamos e sentimos um sabor doce.. em outras situações, choramos e queremos voltar (provavelmente na tpm), então sentimos o amargo e queremos o querido chocolate rs

Vamos percebendo, pelo menos eu, que as amizades tem um valor imenso :) e ter vocës para compartilhar é maravilhoso!!

Compartilhar essas mudanças, onde ficar em casa com as amigas comendo brigadeiro é um momento raro e por tanto mais apreciado Rs E no fim, o que importa é termos fé, darmos o nosso melhor para a própria felicidade e contribuir para o mundo! Que discurso de Miss :P

Daiana disse...

Aaaai gente, esse assunto me faz lembrar o dia em que "casei". A primeira semana foi pura emoção, estava curtindo aquele momento, tudo novo, tudo diferente, dormindo e acordando ao lado do meu amor, nada melhor né. Na segunda semana começou o desespero, eu tive que conciliar a correria do serviço (cansaço demais), chegar em casa pra almoçar e nesse tempo colocar algumas roupas pra bater, lavar a louça, dar uma varrida na casa, voltar a trabalhar, ficar até 21 horas fora, chegar em casa depois de enfrentar dois busão, ter ânimo pra comer, lavar a louça, estender a roupa que deixei batendo a tarde. Uma loucura!!! Percebi que eu só pódia e conseguiria limpar a casa com mais tranquilidade no fds. Uma canseira só. Nessa segunda semana senti desespero e cheguei a chorar durante a noite, eu queria sair correndo, eu queria minha mãe, minha casa, minha tranquilidade de volta. No outro dia, a luta começa e se vc não se erguer vc perde a batalha. AInda bem que não desisti, porque hoje com certeza sou mais madura, preparada, organizada e digamos até responsável. Acho q todas precisamos disso. Mas diferente da Flá, Milke, Lí .. a minha mãe está à 8km de casa, fica mais fácil matar a saudade. Viva o blog, que é um caminho pra encurtar um pouco dessa saudade, pelo menos das amigas!!!

Lílian de Oliveira disse...

Eu nunca saí de casa, nunca sequer consegui ficar um mês longe de casa, mas eu sou louca para sair de casa e fazer td sozinha.

Lá em casa eu não faço o que deveria fazer, simplesmente pq cansei de brigar com tia e vó para poder arrumar a roupa ou fazer o almoço.

Por enquanto para mim tá muito bom, e eu posso me dedicar a ser mãe, e principalmente a trabalhar (Ou a trabalhar e principalmente ser mãe?)

Mas a gente se acostuma, se acostuma a qualquer coisa. Mas a saudade doí e tentamos achar soluções para td ou para, pelo menos, uma coisa.
Ocupar a mente.

Saudade de vcs :(

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